Arte geralmente é entendida como atividade humana ligada a manifestações de ordem estética ou comunicativa, realizada a partir da percepção, das emoções e das ideias, com objetivo de estimular essas instâncias da consciência e dando um significado único e diferente para cada obra.
Para a filosofia definir Arte é uma das questões mais complicadas. Uma definição absoluta ou de caráter universal da Arte é o que os pensadores da Estética e da Filosofia da Arte vem tentando desenvolver, porque isso implica, também numa possível essência da Arte, a que foi questionada tantas vezes pelo filósofo Inmanuel Kannt.
Moris Weitz, filósofo norte-americano defende a arte como um conceito aberto, e propõe que ao perguntar ”O que é arte?” segundo ele estaria equivocado, propôs como pergunta “Que tipo e conceito é a arte?”
No entanto Weitz não nega o conceito fechado de Arte, é só compararmos a ideia de “tragédia” com “tragédia grega”. A partir do momento que a palavra “tragédia” vem acompanhada o adjetivo “grega” a “tragédia grega” se torna um conceito fechado por todas as características que a defendem como tal. Weitz no seu livro diz ainda, defender aquilo que o próprio caráter expansivo e empreendedor da arte, as suas sempre presentes mudanças e novas criações torna logicamente impossível garantir um qualquer conjunto de propriedades definidoras.
Falarmos de Arte de um modo geral, nós teremos um conceito aberto, pois não há nada definido nela, ela está sempre em metamorfose.
A teoria estética tenta definir o que não pode ser definido no sentido requerido. O que antes era tido como uma aberração, hoje pode ser um clássico das artes, nada é suficiente, a experiência artística é transgressiva com a linguagem ou com a lógica convencional ocidental, a qual não aceita contradição (ou é verdadeiro ou é falso, não se pode ser verdadeiro e falso ao mesmo tempo, por exemplo), no entanto digo mais: A Arte é vizinha da loucura; porque não se deve atribuir à Arte o sentido de um parentesco racional, lógico-ocidental-convencional. A Arte propõe uma forma de pensamento que a filosofia convencional jamais propôs. Além de que, como já sabemos, um dos meios de transgredir a racionalidade moderna, que está totalmente implantada na mentalidade do homem ocidental, é a loucura, pois ela não se encontra dentro da racionalidade que a determinou. Assim, ao dizer que a experiência artística é transgressiva, ela também é vizinha da loucura.
Paul Klee baseava a sua arte no Primitivo e no Infantil, dai a correspondência também com a arte dos psicóticos. Na célebre exposição Arte Degenerada (1937), organizada pelos nazistas, foram mostrados trabalhos de doentes mentais ao lado das obras de artistas contemporâneos, com a intenção de reduzir produções modernas ao status de doentias e desvirtuadas. No catálogo dessa exposição, sob o título de Ética da Alienação, a obra de Paul Klee foi atacada e acusada de ser fruto da insanidade e degeneração. A Arte moderna para o Nazismo era produzida por bárbaros pré-históricos que deveriam voltar às cavernas de seus ancestrais e lá realizarem os rabiscos primitivos.
Dessa forma, quando algo foge da razão, está sendo objeto da filosofia e da ciência, o que nos salva é a Arte, pois simplesmente a Arte se protege por ter o direito de libertar das exigências da lógica e da razão e ir além da consciência cotidiana. Não cabe a Ciência definir a Arte. Não cabe a Filosofia definir Arte, porque o artístico vai por outro viés.